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Open Finance: Como a transformação financeira vai revolucionar também o eCommerce?

O open finance vem sendo implementado pelo Banco Central através de uma agenda de regulamentações dos serviços financeiros, tendo como base, a transferência do controle sobre os dados dos clientes. Antes de propriedade das empresas e restrito ao uso para benefício das próprias instituições, e hoje com o controle sendo transferido aos próprios clientes, respeitando o prazo e condições de compartilhamento que é desejado.

Diversas soluções financeiras podem ser viabilizadas através desse compartilhamento de informações, desde de soluções de pagamentos que aumentam a velocidade e praticidade da compra online, que em poucos cliques a compra é finalizada e o lojista recebe seu dinheiro instantaneamente via Pix. Ou até mesmo possibilitando que diversas fintechs tenham acesso aos seus dados e opções de transação das outras instituições, possibilitando a oferta de serviços de crédito, antecipação, seguros, investimentos e muito mais…

Diversos países já adotaram essa nova modalidade, sendo o pioneiro o Reino Unido em 2018, seguido por Austrália, Hong Kong, Canadá, e continua sendo uma tendência, pois melhora a digitalização das transações financeiras através de APIs, aumentando a facilidade ao acesso e compartilhamento dos dados. Se o pix aumentou a porcentagem de vendas online por facilitar os pagamentos, acredita-se que o open finance pode aumentar ainda mais essa taxa de vendas, facilitando a jornada para o cliente e o lojista, através de soluções que simplifiquem o modo como ocorrem as transações financeiras e possibilitando a oferta de serviços por empresas que não necessariamente sejam do mercado financeiro.

Impacto no eCommerce e Marketplace

E o que isso pode mudar na minha loja virtual ou marketplace? Essa é uma pergunta que está sendo respondida com o surgimento constante de novas soluções e serviços, dentre eles podemos citar alguns que vem ganhando cada vez mais força:

1º Pix – Pagamentos Instantâneos

Não sendo mais uma grande novidade, o Pix veio para abrir as portas das oportunidades de inovações oferecidas pelo open finance, sendo um sistema controlado e administrado pelo BACEN (Banco Central), basicamente tem como objetivo conectar os participantes do ecossistema financeiro com seus clientes de forma rápida, simples e segura, possibilitando que as transações realizadas entre instituições sejam feitas pelas APIs do próprio BACEN.

A opção de pagamento via Pix ganha em velocidade e agilidade das opções de pagamento tradicionais, como o boleto, TED e DOC. Oferecendo a opção de pagamento para todas as instituições financeiras que o cliente possui uma conta de forma instantânea e gratuita, permitindo uma melhor gestão financeira e visibilidade de todas as contas compartilhadas, o que simplifica o dia a dia dos usuários.

Como o pix se popularizou muito rápido, a expectativa é a de que o open finance evolua muito rápido as opções e formas de pagamento, apesar de no início ter encontrado uma pequena resistência por parte dos lojistas e clientes, que percebendo os benefícios evidentes e aumento nas vendas da concorrência, procuraram se atualizar.

2º ITP – Iniciador de Transação de Pagamento

Ainda em fase de implantação, o ITP ou iniciador de transação de pagamento promete ter um impacto ainda mais direto no comercio eletrônico em geral, permitindo que o cliente tenha todas as suas instituições financeiras vinculadas e oferecendo as mais diversas opções de pagamento, seja via Pix, cartão de crédito ou outra modalidade, agindo como uma espécie de wallet que compartilha informações e recursos com todas as suas instituições.

 

Esse recurso promete encurtar o caminho do checkout até o sucesso, eliminando a necessidade de inserção de todos os dados do cartão ou até mesmo de abrir o app do banco para escanear o QR Code no pagamento via Pix, por exemplo. Essas funcionalidades em breve serão aderidas em escala pelos maiores eCommerces e Marketplaces do país, trazendo melhores números de conversão e redução no abandono de checkout.

3º BNPL – Buy Now, Pay Later

A modalidade chamada de buy now e pay later (compre agora, pague depois), permite formas de pagamento variadas ao consumidor, dando maior flexibilidade e sendo um grande atrativo para produtos com maior valor agregado ou quando se deseja aumentar o ticket médio.

 

Por ser uma opção que pode ser oferecida através do parcelamento via boleto ou Pix, substituindo a necessidade de um cartão de crédito com limite pré aprovado, o crédito que é cedido ao consumidor através de fintechs que podem ser integradas as opções de pagamento no checkout da loja virtual, trazem risco zero para o lojista, que receberá seu pagamento normalmente pela empresa que realizou o intermédio.

4º Crédito, Garantia e Antecipação Facilitada

O open finance também ajuda o cliente a aumentar suas chances de conseguir crédito, empréstimos, contratos de garantia e antecipação de recebíveis, porque permite a instituição financeira de sua escolha a acessar seus dados como histórico bancário com outras instituições financeiras, produtos contratados, agenda de recebíveis futuros e etc.

Com possibilidade de integrar diferentes serviços financeiros que podem ser oferecidos aos sellers de um marketplace por exemplo, aumentando o fluxo transacional dentro da plataforma e facilitando o acesso à capital para reinvestimento em marketing e estoque, criando um círculo virtuoso de expansão para o marketplace e seus sellers. Essa é uma das centenas de possibilidades que um ecossistema de open finance, sendo implementado entre multi plataformas, pode trazer para e-commerces ou marketplaces.

LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados

Todas as instituições tiveram que adequar sua segurança quanto aos dados bancários, em conformidade com a LGPD, e com órgãos competentes e reguladores de dados no Brasil. Atuando de forma muito importante na regulação dos dados financeiros, e no caso do open finance, como base para a estruturação da agenda de regulamentações, trazendo maior confiabilidade entre instituições financeiras e clientes, fazendo com que as transações sejam seguras e devidamente organizadas.

A LGPD (lei geral de proteção de dados) foi instaurada no Brasil em 2018, que além de transmitir confiabilidade, também constitui uma nova regulamentação que é direito dos usuários, prometendo uma maior disseminação ao oferecer um uso seguro através da transmissão de dados financeiros para todos os envolvidos. Essa foi uma grande evolução em termos das leis brasileiras e globais, portanto, tornando todos os participantes do sistema financeiro em beneficiários da regulamentação e tratamento de dados.